xadrez, aprendizado, escola
Começo com uma citação.
“Ver o mundo em preto e branco”. A simples colocação de uma frase como essa pode nos dar a impressão de monotonia, afinal, quem pode negar a beleza das cores? No entanto há uma janela pela qual podemos olhar o mundo, que mesmo tendo apenas duas cores – preto e branco – nos oferece a multiplicidade de perspectivas, um verdadeiro caleidoscópio de idéias. Essa janela tem um nome: xadrez.
Combinações lógicas infinitas, como arte e história, são algumas das diversas possibilidades que o xadrez nos aponta para que possamos conhecer partes importantes das culturas oriental e ocidental dos dois últimos milênios.
Há quem acredite que o xadrez seja uma espécie de seita ou pelo menos uma atividade tão hermética que só os gênios conseguem penetrar no reino dos tabuleiros.
Partidas que demoram dias para terminar, rostos sisudos diante dos tabuleiros que transmitem o silêncio da sala de competição até por fotografias de jornal, ou notícias como: “Fulano recebe da FIDE, aos 14 anos, o título de Grande Mestre Internacional de Xadrez” são exemplos de fatos e notícias que muito contribuem para afastar do xadrez aqueles que se vêem apenas como um simples mortal. Dessa forma, o xadrez passou a conviver com preconceitos e mitos que o colocaram num pedestal diante do povo, restrito somente a uma suposta elite de intelectuais.
É importante lembrar que, além de funcionar como excelente canal para o conhecimento de outras áreas do saber, o lado lúdico do xadrez é sempre encantador e sedutor como lazer inteligente, e que nos desafia. Um desafio que nos coloca mais diante de nós mesmos, de nossas capacidades e limitações do que numa posição de enfrentamento com o adversário.
Bem próximo ao nosso mundo, ao nosso dia a dia, às nossas atividades lógicas, e quem sabe, psicológicas, o xadrez está ai aberto a qualquer um que aceite, de início, o desafio do (re)conhecimento próprio. Vamos ao jogo?
Pedro Sérgio dos Santos, in “O que é Xadrez”, Coleção Primeiros Passos, Editora Brasiliense, São Paulo, Brasil, 1993.
Pois é, como diz o Pedro Sérgio, o xadrez está cercado de mitos. No passado a sua prática estava associada aos nobres que tinham o seu aprendizado como parte da sua educação. Hoje o xadrez está ao alcance de todos.
É comum se dizer que o xadrez é um jogo demorado. No passado isso era mais verdadeiro do que hoje e há registro de uma partida onde um dos jogadores levou treze horas para fazer um lance. Hoje isso não mais é possível, pois existem os chamados “relógios de xadrez” que limitam o tempo do jogo. Desse modo uma partida de xadrez pode levar o mesmo tempo que uma partida de futebol ou uma disputa de boxe. E até menos, pois existem modalidades onde cada jogador dispõe de 21 minutos para toda a partida. Existem também competições de “xadrez relâmpago”, onde cada jogador dispõe de cinco minutos para toda a partida. Então, dependendo da sua pressa, você pode escolher o tempo que melhor lhe aprouver.
Fala-se muito nos benefícios que o xadrez pode proporcionar ás crianças que, praticando-o, melhoram a sua capacidade de concentração e raciocínio. Por isso recomendam que as escolas introduzam o seu ensino e prática. Eu não duvido de nada disso, mas não creio que essas vantagens propaladas do jogo sejam a razão primordial pela qual se deva praticá-lo. O fundamental é sentir prazer ao jogá-lo. E isso vale tanto para crianças quanto para adultos.
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Muito legal o texto. Aprendi a jogar esse jogo a pouco tempo, minha esposa que me ensinou, depois que ela me ensinou, ela não consegue ganhar mais de mim…. Abraço